Além da sua enorme riqueza monetária e artística, o sempre inquietante Vaticano esconde segredos proibidos para o resto do mundo… até agora. Venha percorrer conosco as cúpulas abertas e as escavações deste patrimônio religioso e cultural do mundo, dar uma olhada nos documentos sigilosos da Guarda Suíça, livros que guardam conhecimentos não revelados, e até percorrer um misterioso cemitério onde dizem estar os ossos do próprio fundador da Igreja, São Pedro. Além disso, você conhecerá tudo sobre os rígidos sistemas de segurança que protegem este legado incalculável da cultura ocidental.
A expressão catolicismo vem do grego arcaico e significa ‘universal’, e foi utilizado primeiramente por Santo Inácio, bispo de Antioquia, no ano 105 d.C. Para melhor se compreender quais são exatamente as Igrejas consideradas Católicas, é preciso saber que, depois do Cisma entre o Papa e o Patriarca de Constantinopla – cisão da Igreja Cristã -, em 1054, a Igreja Católica passou a englobar as dioceses ocidentais e orientais que prosseguiram sob o governo do Papa, enquanto as do Oriente que seguiram o Patriarca de Constantinopla passaram a ser conhecidas como Igreja Ortodoxa. Assim, a Católica hoje inclui a Igreja Católica Latina, a Igreja Católica Maronita, a Siríaca, entre outras – entre elas mudam apenas a forma do rito litúrgico e as regras de disciplina. Atualmente o Catolicismo tem aproximadamente sob sua liderança um sexto da população do planeta, representando assim o maior grupo de cristãos do mundo, sendo o Brasil o maior berço desta religião. Segundo sua doutrina, Jesus, o Messias, veio a Terra para salvar a Humanidade e renovar os laços do Homem com Deus. Um de seus principais dogmas é o da Santíssima Trindade – o Pai, o Filho e o Espírito Santo, três divindades em um único ser. Assim, Jesus era para eles o Deus Filho, concebido pelo Espírito Santo. Ao lado do Nascimento, Paixão e Morte de Jesus, a Trindade constitui os Mistérios Principais da Fé, que sustentam a Igreja. O termo Igreja Católica só passou a ser amplamente utilizado, em referência à instituição submetida ao Vaticano, no século XVI, depois da realização do Concílio de Trento, em 1571, que teve como objetivo principal combater a Reforma Protestante de Lutero. O livro sagrado do Catolicismo é a Bíblia, o que, de certa forma, a conecta ao Judaísmo, de onde efetivamente nasceu, e que lhe legou o Velho Testamento. A grande parte das paróquias católicas segue o Rito Romano, embora seja possível encontrar outros rituais, como na Igreja Maronita, por exemplo. Segundo a doutrina oficial, o Papa é o Sucessor de São Pedro, nomeado diretamente por Jesus, de acordo com os Evangelhos, para ser a pedra fundamental do Cristianismo. Portanto, a maior autoridade eclesiástica do Catolicismo é um representante direto de Cristo na Terra. Outras denominações católicas, não obedientes ao Papa, proliferam no Planeta, principalmente no Brasil. Depois da conversão de Constantino, que liberou o Cristianismo da clandestinidade, através do Edito de Milão, o Catolicismo, que tem seu centro diretor em Roma, no Vaticano, tem se desenvolvido incessantemente. O Imperador Romano passou a se valer da imagem da cruz no vestuário de seus soldados, considerando-a um símbolo de vitória contra os inimigos. O Cristianismo, enquanto culto oficial, contribuiu para solidificar a hegemonia romana e para unificar o império. Os Sete Sacramentos que, segundo o Catolicismo, devem ser seguidos fielmente pelos cristãos são o Batismo, a Crisma, a Eucaristia, a Confissão, as Ordens Sacras, o Matrimônio e a Extrema-Unção. Além disso, esta religião cultua também a Virgem Maria – mãe de Jesus – e vários santos. Enquanto para algumas correntes evangélicas, a fé nos santos e em Maria como mediadores entre Deus e a Humanidade é uma blasfêmia, para os católicos é um dos principais fatores de devoção, o que gerou entre estas várias Igrejas uma certa polêmica. Mas, para os católicos, adorar e venerar são termos distintos, pois só Deus pode ser adorado, enquanto aos cristãos santificados cabe apenas a veneração. Toda canonização, ritual que sagra um cristão como ‘santo’, é um processo extremamente demorado, detalhado e realizado apenas com uma riqueza de narrativas, estudos e testemunhos. O Papa é o líder mundial da Igreja Católica. Não há um consenso sobre a origem do papado, alguns argumentam que teria relação com o martírio dos apóstolos Pedro e Paulo e outros argumentam que seria relacionada com a organização da Igreja Romana no século I. O que se sabe é que havia líderes responsáveis pela Igreja de uma localidade. O primeiro documento que atesta oficialmente a existência de um Papa comandando a Igreja Católica é datado do final do século I, escrito por Clemente I, que foi o primeiro Pai Apostólico da Igreja. O Papa era escolhido pelo voto, no princípio, do clero, do povo de Roma e de bispos de cidades vizinhas. Foi a partir de 1059 que a eleição se tornou restrita ao famoso Colégio dos Cardeais da Igreja Romana. Tradicionalmente, este faz sua escolha por aclamação, seleção por comissão ou votação em plenária. O Papa Urbano IV foi o último a ser eleito, 1378, que não era um cardeal quando passou a ocupar o posto máximo da Igreja. Recentemente, o Papa João Paulo II aboliu a votação por aclamação ou seleção por comissão, permitindo que a eleição de um Papa ocorra sempre somente em função do voto de todos os membros do Colégio de Cardeais. O período de transição entre a morte de um Papa e a escolha de um novo é conhecido como sede vacante. Nesse momento, o Colégio de Cardeais fica responsável pelo governo da Igreja e do Vaticano sob a direção do Camerlengo. Os cardeais se reúnem em um conclave na Capela Sistina para se proceder a votação do novo Supremo Pontífice da Igreja. Depois de contar os votos, as cédulas de votação são reunidas e queimadas em um forno especial da Capela Sistina, o que gera a famosa fumaça preta da chaminé na Praça de São Pedro representante da escolha de um novo Papa. O novo Supremo Pontífice escolhe seu nome como Papa e é levado para a Capela Paulina para vestir a batina branca papal e, então, é anunciado na varanda central da Praça de São Pedro. O funeral do Papa ocorre durante 4 ou 6 dias, para que os fiéis possam vê-lo pela última vez, e, geralmente, são enterrados na Basílica de São Pedro. O Papa pode deixar o cargo também em função de renúncia, que ocorreu destacadamente no caso de Celestino V, em 1294, e Gregório XII, em 1409, que foi o último caso de renúncia. Até hoje, contabiliza-se 265 Papas da Igreja Romana, sendo a grande maioria deles de origem italiana. Antes do Papa João Paulo II, que era polonês, o último não-italiano a ser Supremo Pontífice foi Adriano VI, eleito em 1522. O polonês, por sua vez, foi sucedido por um Papa alemão, Bento XVI, o que indica que a eleição majoritariamente de italianos acabou. O Papa é o líder da Igreja Católica e, ao mesmo tempo, Chefe de Estado da cidade do Vaticano. Seu posto vitalício representa do legado de São Pedro, o qual teria sido designado pelo próprio Jesus Cristo para ser o pastor e a rocha da igreja. Atualmente, os Papas se dedicam ao ecumenismo, a diálogos inter-religiosos, trabalhos de caridade e defesa dos direitos humanos. O Papa tem autoridade sobre questões canônicas e litúrgicas, é ele que determina o que deve ser acreditado pelos fieis. O Papa também pode decidir sobre questões judiciárias no interior da Igreja e na função executiva e ele quem faz as nomeações desejadas. A rotina de trabalho dos Papas envolve mais de 16 horas diárias de atividades e, por vezes, realiza viagens a países cristãos para propagar a doutrina católica. Os Papas exerceram autoridade temporal proeminente ao longo da história, mas, atualmente, desenvolvem um papel secular que é o exercício de um cargo cerimonial, religioso e diplomático de grande importância. No ano de 1517 o autor da frase acima rompe com a Igreja Católica e inicia um movimento que mudaria de forma significativa a forma de muitos cristãos se posicionarem junto às instituições religiosas. Na época, ele contestava a corrupção da igreja e os desvios de conduta do clero que gerenciava um lucrativo comércio de relíquias de Cristo e indulgências, pagamentos em troca os pecados seriam perdoados. Além de discordar desta postura, o movimento liderado por Lutero defendia a liberdade de cada indivíduo para interpretação dos textos bíblicos. O fato de “protestar” contra a igreja católica, daí o termo “protestante”, influencia teólogos contemporâneos dele, como o francês Calvino. Foi nesse contexto que surgiram as primeiras igrejas Luterana, Calvinista, Presbiteriana, Metodista, e Batista. Os missionários europeus são os responsáveis pela expansão dessas igrejas para países de todo o mundo, como ocorreu com o Brasil. O movimento protestante no Brasil ganhou força principalmente em 1808, após a fuga da corte portuguesa para nosso país. Essa fuga teve o apoio da Inglaterra, que enviou grupos de ingleses para construírem estradas de ferro e estruturar sistemas de comunicação como por exemplo o telégrafo. Há indícios de que era Luterana, a maioria de pessoas escolarizadas de classe média alta no Brasil desta época, pois no fim do século XIX os protestantes deram apoio ao movimento republicano. Não foi difícil aderirem ao movimento, pois quando os imigrantes chegaram, se depararam com um império que tinha o catolicismo como religião oficial do Estado e estava submisso às igrejas de Roma (que entre outros aspectos controlavam as emissão de registros importantes como emissão de certidões de nascimento, casamento, e óbito). Atualmente, os evangélicos representam 17% da população brasileira, e somam mais de 32 milhões de pessoas; além de apresentar um crescimento notável (no censo realizado em 1991 o índice era de apenas 9% da população, um número de 13,1 milhões). O termo "Protestante" ou “Evangélico” é utilizado em toda América Latina para especificar as religiões cristãs que tiveram sua origem ou algum vínculo com os princípios da Reforma Protestante Européia. Embora tenham a mesma origem, essas denominações estão divididas em duas grandes vertentes: o Protestantismo tradicional (ou histórico), e o Pentecostalismo. No ano de 1054 houve um cisma entre as Igrejas Cristãs – de um lado, permaneceu o Catolicismo, submetido à autoridade papal; do outro, várias igrejas orientais uniram-se em torno do poder do Patriarca de Constantinopla, constituindo a Igreja Católica Apostólica Ortodoxa, mais conhecida como Igreja Ortodoxa. Esta expressão, advinda do grego, significa ‘doutrina reta’; os seguidores desta vertente são chamados de cristãos ortodoxos. Até hoje os ortodoxos mantêm intactos seus rituais primitivos, ministrados pelos padres apostólicos, e também o Credo Niceno. Esta Igreja alicerçava-se em cinco Patriarcados, os de Antioquia, Constantinopla, Alexandria, Jerusalém e Roma, todos livres na esfera administrativa. No campo dos ritos, porém, as Igrejas são muito semelhantes, e seus princípios de fé são os mesmos. O Patriarca de Constantinopla detém uma denominação tão somente honorária, porque os patriarcas de cada instituição são dependentes entre si. Esta estrutura hierárquica tem um claro objetivo, demonstrar que Jesus é o único líder da Igreja, sem nenhum representante na Terra. A maior autoridade na Igreja Ortodoxa é o Santo Sínodo Ecumênico, desde a sua fundação até os dias atuais. Ele é integrado por todos os patriarcas que lideram as igrejas autocéfalas e pelos arcebispos-primazes das igrejas independentes, que se unem quando são convocados pelo Patriarca de Constantinopla. Este Concílio teve seu poder contestado pela Igreja Católica Romana em 1054, data da dissidência religiosa entre as Igrejas Cristãs. Os ortodoxos, ao obedecerem ao Patriarca, negam a liderança do Papa e sua impossibilidade de se enganar. Cada Igreja está submetida também a uma autoridade regional, o Santo Sínodo Local. Por outro lado, os patriarcados têm a liberdade de buscar a solução de seus problemas específicos com o máximo de autonomia, podendo inclusive substituir seus próprios bispos, até mesmo o patriarca, o arcebispo ou o Metropolita que dirija esta instituição. A Ortodoxia aceita a existência de sete Concílios Ecumênicos – os de Nicéia, Constantinopla, Éfeso, Calcedônia, Constantinopla II, Constantinopla III e Nicéia II. Há pelo menos quatorze Igrejas Ortodoxas Autocéfalas – as quatro mais antigas, ou seja, Constantinopla, Alexandria, Antioquia e Jerusalém (todas elas constituem patriarcados); bem como as dez Igrejas Ortodoxas que surgiram ao longo do tempo: Rússia, Sérvia, Romênia, Bulgária, Geórgia (estas também são consideradas patriarcados), Chipre, Grécia, Albânia e República Tcheco-Eslováquia (estas últimas são lideradas por um arcebispo ou por um Metropolita). Seus rituais são constantemente revestidos de pompa e constituem a essência da fé ortodoxa. A parte musical dispensa os instrumentos, expressando-se apenas através dos cantos realizados por corais. A ortodoxia não permite o uso de imagens esculturais na decoração, somente pintura sobre madeira representando os santos, Jesus e sua mãe, Maria. Surgiram nas diversas Igrejas, devido à sua autonomia, as mais variadas cerimônias eclesiásticas, que correspondem mais à diversidade das línguas e das culturas regionais, do que a qualquer discordância doutrinária. Os cinco rituais mais importantes são o bizantino – encontrado na maior parte das Igrejas Ortodoxas -, o alexandrino, o antioquino, o armênio e o caldeu. O ascetismo organizado é a base da força vital que anima a crença ortodoxa, e seu principal mosteiro está localizado no Monte Athos, na Grécia. Na Igreja Ortodoxa todos os bispos são considerados herdeiros da tarefa apostólica, portanto são portadores dos mesmos direitos, não havendo nenhuma diferença entre eles e os outros integrantes do clero ortodoxo. Os únicos critérios para a concessão de cargos eclesiásticos são a experiência trazida pela idade e a sabedoria. A Igreja está presente em cada local no qual se consagre a Eucaristia. Esta instituição também adota o Novo Testamento, e segue igualmente as leis instituídas pelos sete primeiros Concílios Ecumênicos. Além destes pontos em comum com a Igreja Católica Romana, ela tem seu diferencial na filiação aos livros patrísticos. Ao contrário do Catolicismo, para a Igreja Ortodoxa o Espírito Santo provém do Pai, mas não está ligado ao Filho; o purgatório não existe e os ortodoxos não crêem na virgindade de Maria, embora admitam sua elevação aos Céus. Na estrutura clerical, apenas os bispos são obrigados a manter o celibato, os padres são liberados para o matrimônio, desde que este se dê antes da sua ordenação. No Brasil a Igreja Ortodoxa desembarcou junto com os imigrantes árabes. A primeira instituição foi edificada em São Paulo, no ano de 1904. A imponente Catedral Ortodoxa foi aberta ao público em 1954, no auge da celebração do IV Centenário da metrópole. Com cerca de 2,1 bilhões de adeptos atualmente, o Cristianismo é a maior religião do mundo, sendo predominante na Europa, América e Oceania. A religião se iniciou através dos ensinamentos de Jesus de Nazaré, considerado o salvador da humanidade. O cristianismo é uma religião abraâmica, da mesma forma que o Islamismo e o Judaísmo.
Os seguidores de Jesus são chamados de “cristãos”; tal denominação foi utilizada pela primeira vez em Antioquia, uma colônia militar grega. O livro sagrado dos cristãos é a Bíblia Sagrada, composta pelo Antigo e pelo Novo Testamento. A primeira parte conta a história da criação do mundo, das leis, tradições judaicas, etc. Já o Novo Testamento conta a vida de Jesus, como os cristãos primitivos viviam, etc. Jesus Cristo nasceu em Belém, Judeia (Palestina), por volta do ano 6 a.C. Seus ensinamentos morais, como o amor a Deus e ao próximo, fizeram com que sua vida passasse a ser um exemplo a ser seguido. Aos 33 anos, Jesus morreu crucificado injustamente e ressuscitou após o terceiro dia. Existem três ramos do Cristianismo: Protestantismo, Catolicismo e Igreja Ortodoxa. Em razão disso, existem, também, diferentes concepções e aspectos em cada um deles. Contudo, de forma universal, podemos afirmar que os adeptos ao Cristianismo creem na existência de um Deus, criador do universo; de Jesus Cristo, elemento central da religião, considerado o redentor da humanidade; e da vida após a morte. O Cristianismo se difundiu grandemente pela Ásia, Europa e África. A religião cresceu tanto que, no ano de 313, o imperador Constantino concedeu aos cristãos liberdade de culto; e em 392, foi considerada a religião oficial do Império Romano. O Islamismo é uma religião monoteísta, revelada pelo último profeta - Maomé (Muhammad)-, nascido em Meca, cidade da Arábia Saudita, em 570 d.C. A expressão ‘islã’ representa ‘submissão’ e traduz a obediência às regras e aos desejos de Alá. Os que seguem esta doutrina são conhecidos como muçulmanos – os que se submetem a Deus. De acordo com os ritos islâmicos, Maomé obteve das mãos do próprio anjo Gabriel, enviado divino, os preceitos básicos que constituem o Islã – orientações de ordem religiosa, dogmática e moral, organizadas em um livro considerado sagrado pelos muçulmanos, o Corão, que também retrata várias passagens do Antigo Testamento.
Segundo as narrativas islâmicas, há um único Deus, Alá, e Maomé foi seu último profeta, enviado para disseminar entre os homens os ensinamentos sagrados, quando este tinha quarenta anos. Com o auxílio da fortuna de sua esposa, Khadija, ele realizou seu apostolado, não sem enfrentar uma forte adversidade. Foi perseguido em sua cidade natal e obrigado a se exilar em Medina, em 20 de junho de 622, episódio que historicamente ficou conhecido como Hégira – emigração, ponto zero do calendário muçulmano até nossos dias. O Islamismo condensa influências de várias religiões, além do princípio essencial da revelação divina, congregando elementos legados pelo Judaísmo, como a circuncisão, e possivelmente também o seu teor monoteísta; pela doutrina judaico-cristã, a idéia do Juízo Final; os djinn, gênios do bem ou do mal, herdados de crenças ancestrais. Os preceitos ditados pelo Alcorão são considerados como verdades absolutas, incapazes de conter qualquer falha. Este livro é organizado em 114 suras ou capítulos, dispostos por tamanho, o maior contendo 286 versos. Há uma outra fonte de orientação para os muçulmanos, princípios que partem dos ditos e feitos do Profeta, ou seja, dos ahadith, contidos na Suna. O Islã, significativo em seu teor religioso, é também uma doutrina moral e política. Como algumas religiões cristãs, ele também prega a crença no Juízo Final, com sua divisão entre os justos, que irão para o Paraíso, por toda a eternidade, e os maus, que arderão no fogo do inferno para sempre. Mas, ao mesmo tempo, o homem parece não ter escolha entre o bem e o mau, pois as pessoas parecem ter seu destino já traçado por Alá – uma de suas máximas afirma ‘estava escrito’. Entre as obrigações dos fiéis do Islamismo estão as orações obrigatórias, cinco vezes ao dia, voltado para Meca; não exercer o culto de imagens, o que para eles representa um ato de idolatria, e visitar Meca pelo menos uma vez na vida. Aliás, esta é uma das cidades sagradas para os muçulmanos, que assim consideram também Medina, onde o Profeta edificou sua primeira mesquita, e Jerusalém, que os islamitas acreditam ser o local de onde Maomé ascendeu aos céus, na direção do Paraíso, para lá permanecer junto a Jesus e a Moisés. Não há um clero islâmico, com uma hierarquia fixa e estabelecida. Quem coordena as orações em público é o imã, enquanto os teólogos cultos são conhecidos como Ulemás. Os muçulmanos realizam suas cerimônias religiosas dentro de templos chamados de mesquitas. Há algumas nações islâmicas em que o Governo permite a poligamia, prescrita pelo Corão, e nestes lugares o marido pode se unir a quatro esposas. Os muçulmanos formam basicamente dois blocos maiores – Sunitas e Xiitas. Os primeiros subdividem-se em Hanafitas, Malequitas, Chafeitas e Hambanitas. Eles são herdeiros da tradição de Maomé, que teve continuidade nas mãos de seu tio All-Abbas. Já os Xiitas são discípulos de Ali, marido de Fátima, filha do Profeta; consideram-se os sucessores espirituais de Maomé. Esta religião tem se desenvolvido muito nos últimos tempos, é agora a segunda maior do Planeta. Seus seguidores já ultrapassam a casa dos 935 milhões, mas a grande parte de seus discípulos ainda se localiza nos países árabes do Oriente Médio e do Norte da África. Alguns dos preceitos religiosos islâmicos estão traduzidos na Sharia, que guia os muçulmanos no seu dia-a-dia, no comportamento, nas ações e na alimentação. Ela determina que, além dos deveres já citados, o fiel pague o zakat – subsídio para auxiliar os pobres - e jejue no Ramadã, mês sagrado do Islã, durante o qual é comemorada a revelação divina transmitida a Maomé. É uma religião e filosofia fundamentada nos ensinamentos de Buda, e tem aproximadamente 2.500 anos. Ela tenta condicionar a mente de maneira a levá-la à paz, sabedoria, alegria, serenidade e liberdade. O budismo tem por objetivo trabalhar o espiritual do homem, pois um espírito sadio significa um corpo saudável.
QUEM FOI BUDA? Siddhart Gautama, o Buda, nasceu no século VI a.C., em Kapilavastu, norte da Índia, que hoje corresponde ao Nepal. Ele era um príncipe que, logo após seu nascimento, foi levado pelos seus pais ao templo para ser apresentado aos sacerdotes. Lá surgiu um senhor sábio que havia dedicado sua vida toda à meditação longe da cidade; ele tomou o menino em suas mãos e profetizou "este menino será grande entre os grandes. Será um poderoso rei ou um mestre espiritual que ajudará a humanidade a se libertar de seus sofrimentos". Após essa profecia, os pais de Siddhart resolveram criar o filho superprotegido para que ele não optasse por estudos filosóficos como foi profetizado. Aos dezesseis anos, ele se casou com sua bela prima Yasodhara; desse relacionamento nasceu seu único filho, Rahula. Contudo, sempre se mostrou curioso com a vida fora dos portões do palácio, por fim, em um belo dia, decidiu descobrir o que havia do outro lado. Siddhart se chocou com a realidade de seu povo e, aos 29 anos, decidiu buscar uma solução para aquilo que afligia seu coração: o sofrimento humano. Abriu mão de sua família e foi em busca de uma resposta. Foi nesse caminho que ele se tornou Buda, o iluminado. Fundou a doutrina budista, cujo principal conceito é de que as respostas do homem se encontram em seu interior. O hinduísmo é considerado uma filosofia de ordem religiosa que engloba tradições culturais, valores e crenças obtidas através de diferentes povos. Passando por constantes adaptações até chegar ao que se conhece hoje, o Hinduísmo foi dividido em fases para melhor apresentar sua história.
Na primeira fase, chamada de Hinduísmo Védico, cultuava-se deuses tribais como Dyaus (deus do céu, deus supremo) que gerou outros deuses. Na segunda fase, a partir de adaptações de outras religiões, surgiu o Hinduísmo Bramânico que cultuava a trindade composta por Brahma (divindade da alma universal), Vishnu (divindade preservadora) e Shiva (divindade destruidora). Na terceira fase percebem-se diferentes adaptações influenciadas por religiões a partir do cristianismo, islamismo e outras. O Hinduísmo Híbrido surgiu então como a agregação de diversas influências. Para os hindus: - A trajetória que a alma terá é traçada de acordo com as ações praticadas aqui na Terra (lei do Carma); - A libertação final da alma (moksha) determina o fim do ciclo da morte e do renascimento; - Os rituais hindus devem ser feitos sempre tendo a meditação (darshan) e a oferenda aos deuses (puja); - A alimentação deve ser vegetariana, pois considera-se a utilização da carne na alimentação como uma prática impura; - As preces cantadas (mantras) devem ser dedicadas a todos os deuses; - O OM (aum) é o mantra mais importante, pois representa Deus; - Shiva representa o princípio masculino enquanto o princípio feminino é representado por suas esposas Parvati (mãe), Durga (deusa da beleza), Kali (senhora da destruição) e Lakshmi (senhora da arte e da criatividade). O judaísmo é a religião monoteísta mais antiga do mundo. Originou-se por volta do século XVIII a.C., quando Deus mandou Abraão procurar a terra prometida. Seu desenvolvimento ocorreu de forma conjunta ao da civilização hebraica, através de Moisés, Davi, Salomão etc., sendo que foram esses dois últimos os reis que construíram o primeiro templo em Jerusalém.
Os judeus acreditam que YHWH (Javé ou Jeová, em português) seja o criador do universo, um ser onipresente, onipotente e onisciente, que influencia todo o universo e tem uma relação especial com seu povo. O livro sagrado dos judeus é o Torá ou Pentateuco, revelado diretamente por Deus. Para o judaísmo, o pecado mais mortal de todos é o da idolatria, ou seja, a prática de adoração a ídolos e imagens. Os cultos são realizados em templos denominados sinagogas. Os homens usam uma pequena touca, denominada kippa, como forma de respeito para com Deus. Os principais rituais são a circuncisão, realizada em meninos com 8 dias de vida, representando a marca da aliança entre Deus e Abraão e seus descendentes; e o Bar Mitzvah (meninos) e a Bat Mitzvah (meninas), que representam o início da vida adulta. Os livros sagrados dentro do judaísmo não fazem referência à vida após a morte, no entanto, após o exílio na Babilônia, os judeus assimilaram essa ideia. Na verdade, essas crenças variam conforme as várias seitas judaicas. A base da religião judaica está na obediência aos mandamentos divinos estabelecidos nos livros sagrados, uma vez que, para eles, isso é fazer a vontade de Deus e demonstrar respeito e amor pelo criador. O judaísmo é a religião monoteísta que possui o menor número de adeptos no mundo, cerca de 12 a 15 milhões. Grande parte dos conflitos mundiais tem origem a partir de questões religiosas. É bom ressaltar que existem fatores de caráter político, econômico, territorial, geopolítico, entre outros. Atualmente existem inúmeras religiões sendo praticadas no mundo, as principais são: Cristianismo: possui aproximadamente 2,2 bilhões de adeptos no mundo - essas pessoas são consideradas cristãs. Esse nome advém de Jesus Cristo que, segundo a crença de seus seguidores, veio para trazer a salvação para o homem. Essa religião é monoteísta (adora apenas um deus). Dentro do cristianismo ocorrem divisões, formando ramificações denominadas de: • Catolicismo: representa as pessoas que seguem a Igreja Católica Apostólica Romana, que possui como autoridade máxima o papa. No mundo são contabilizados cerca de um bilhão de católicos. • Ortodoxo: é uma religião cristã oriunda de uma separação que aconteceu na Igreja Católica Romana no século XI e que se dispersou no oriente. As principais igrejas são a Católica Ortodoxa e Ortodoxa Russa. • Protestantes: emergiu a partir de divergências de opiniões dentro da Igreja Católica no século XVI. O surgimento dessa ramificação cristã está ligado à Reforma Protestante. Martinho Lutero foi quem liderou a revolta contra a venda de perdão por parte do clero, além de ser contrário aos dogmas praticados pela Igreja Católica, como a impossibilidade de engano por parte do papa e também a adoração a santos. Islamismo: é uma religião monoteísta que surgiu no século VII, foi criada por Maomé, seu principal líder. O livro sagrado é o Corão, atualmente possui cerca de um bilhão de adeptos no mundo e é a que mais cresce. O islamismo é difundido especialmente na Ásia e na África, porém existem muitos seguidores em países como a Inglaterra e a Espanha. Budismo: é uma religião criada por Buda, um príncipe chamado Sidarta Gautama. Surgiu na Índia, no século VI a.C. Dentro do budismo não existe hierarquia, até porque não há um deus, somente um líder espiritual, que é o Buda. No mundo existem cerca de 400 mil seguidores, sobretudo, na Ásia. Hinduísmo: é uma religião praticada fundamentalmente na Ásia, possui um conjunto de preceitos, doutrinas religiosas baseadas nas escrituras sagradas do Vedas, livro que guarda textos, hinos, louvores e rituais. Judaísmo: teve início na Palestina, ainda no século XVII a.C. É uma religião monoteísta, seu patriarca é Abraão. Atualmente são aproximadamente 14 milhões de seguidores no mundo. |