Por pressão dos coronéis paulistas, Vargas criou em 1931 o Conselho Nacional do Café - CNC que implementou a "política de sustentação" através da compra e queima dos excedentes que estavam estocados em depósitos do Governo. A queima, logo de início de 17,2 milhões de sacas provocou a redução dos preços do produto no mercado internacional e a economia começou a se recuperar ainda em 1933, antes mesmo do que os Estados Unidos.
Vargas desejava evitar confronto com os plantadores de café, mas mesmo assim teve que enfrentar a oposição paulista com a Revolução Constitucionalista de 1932. Em 1933 o Conselho passou a ser o Departamento Nacional do Café – DNC, que ao final do Governo já era o Instituto Brasileiro do Café - IBC.
A "política de sustentação" adotada por Getúlio e pelo Ministro da Fazenda, o paulista José Maria Whitaker, foi baseada em três pontos:
- a compra de boa parte da safra de 1929/1930 com empréstimos de bancos ingleses, evitando que os cafeicultores falissem, porque se isto acontecesse pararia toda a economia do país que estava baseada no café e isto logicamente não interessava a ninguém, todos perderiam;
- o Governo passou a queimar parte do café, para desespero dos cafeicultores, desta forma entre 1931 e 1944 quando o Governo parou de destruir os estoques: as "quotas de sacrifício", foram incinerados 78,2 milhões de sacas de café. Esta providência pôs fim a queda desenfreada do preço do produto que pode ir se estabilizando no mercado internacional;
- paralelamente, o Governo lançou uma ofensiva comercial, vendendo café para novos países da Europa Central e assinou com os Estados Unidos um acordo, em 1935, com o qual eram mantidas as isenções de tarifa nas importações de café brasileiro.
"Em 1937, 52% do total de café importado pelos Estados Unidos vinham do Brasil e este percentual aumentou para 61% às vésperas da guerra, em 1939."(1) A recuperação foi necessária porque o país não podia prescindir de seu produto mais importante, que a despeito da industrialização por que o Brasil passou nas décadas de 1930 e 1940, continuou sendo o seu principal produto e a sustentação da economia do país até a década de 1950.
Outros produtos agrícolas relevantes no período foram: o cacau, ligado à economia regional da Bahia, mas que tinha expressão no mercado mundial e o algodão que teve aumento expressivo, entre 1934 e 1937, no comércio entre Brasil e Alemanha.
No quadro abaixo: Participação de Produtos Agrícolas no Total Exportado, 1924-1945 (%); pode se observar que o produto que tinha peso importante nas exportações do Brasil era o café, a diferença para os demais era imensa. O país de fato precisava do café para a sustentação de sua economia.
Participação de Produtos Agrícolas no Total Exportado, 1924-1945 (%)
A crise internacional de 1929 atingiu em cheio a economia brasileira, baseada exclusivamente na exportação de produtos primários, principalmente o café, que teve seus estoques aumentados e os preços do produto em queda. Desta forma o Governo de Getúlio Vargas teve início enfrentando os problemas da superprodução do café, o esgotamento de recursos cambiais e a crise das finanças públicas.